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Parque do Rio Doce investe na proteção da Biodiversidade

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O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, inaugurou nesta quinta-feira (25), a Unidade de Apoio a Pesquisa e Fiscalização do Revés de Belém e o Centro de Visitantes do Macuco, no Parque Estadual do Rio Doce. As edificações fazem parte das obras de melhoria da infraestrutura da unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) que estão em curso desde 2003.

Na parte da manhã, foi inaugurada a Unidade de Apoio a Pesquisa e Fiscalização do Revés de Belém em uma ponte construída sobre o rio Doce, no município de Bom Jesus do Galho. A estrutura é composta por três edificações, sendo dois laboratórios e um posto de vigilância. Cada uma das unidades possui um alojamento anexo para fiscais e pesquisadores e servirá como um posto avançado de pesquisa e fiscalização. O local onde está localizada a ponte foi doado ao Estado e incorporada à área do Parque. Foram investidos R$ 447 mil na construção do complexo na ponte Revés do Belém,

À tarde, foi inaugurado o Centro de Visitantes do Macuco, no bairro de mesmo nome, no município de Timóteo. O local é a porta de entrada do Perd do município. A obra incluiu a construção da casa onde está localizado o Centro e a reforma de outras três casas que servem de morada e apoio aos funcionários do Parque e teve investimentos de R$ 220 mil. No Centro são apresentados aos visitantes informações sobre as características da biodiversidade existente na unidade de conservação.

O local dá acesso à trilha da lagoa Juquita, em cuja região vivem inúmeras espécies da fauna e da flora. Para realizar a caminhada é necessário o acompanhamento de um guia credenciado pelo Parque. Para isso, membros da comunidade participaram de cursos de formação de monitores ambientais e credenciados numa forma de gerar emprego e renda para as comunidades locais.

Marco Ambiental

A ponte em forma de arco, conhecida na região como ponte perdida, foi erguida sobre o Rio Doce em 1966, como primeiro passo da tentativa de implantação de uma estrada projetada para ligar os municípios de Timóteo e Coronel Fabriciano ao de Caratinga. A 80 quilômetros da portaria do Parque, no município de Bom Jesus do Galho, o local é considerado um marco da luta de entidades conservacionistas pela proteção da Unidade. Em 1973, a mobilização impediu a construção da rodovia, que dividiria a área do Parque. Na solenidade foram entregues placas homenageando os ambientalistas Célio Lessa, Mário Viegas, Hugo Werneck e Célio Vale, que foram pioneiros na luta na defesa da área.

Um dos ambientalistas homenageados, o atual diretor de Biodiversidade do IEF, Célio Murilo Valle, lembrou que a preservação depende da população local. “A natureza somente será preservada se a comunidade se sentir preservada”, afirmou. Representando o falecido Mário Viegas, o atual presidente da Sociedade Ornitológica Mineira (SOM), Carlos Cavalcanti, observou que a inauguração da unidade de fiscalização e pesquisa é triunfo do bem. “A ponte ganha um dos maiores monumentos em homenagem à preservação”, destacou. “É uma ponte ganhada”.

José Carlos Carvalho afirmou que a estrutura instalada no Revés do Belém facilitará o trabalho de pesquisa, fiscalização e conservação da sociedade. Ele observou que a transformação da ponte em plataforma para conservação da biodiversidade mostra a evolução da sociedade cada vez mais preocupada com a questão ambiental. Ele lembrou que seu envolvimento com o Parque começou ainda antes de conhecer a região. “Em 1972, ainda estudante da Universidade Rural do Rio de Janeiro, participei de um movimento contra a construção da estrada, colhendo assinaturas na região da Cinelândia”, destacou.

O Parque Estadual do Rio Doce foi a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, e está situado na porção sudoeste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. Desde 2003, a unidade de conservação recebeu investimentos de cerca de R$ 6 milhões do Programa de Proteção da Mata Atlântica (Promata), uma parceria entre os governos da Alemanha e de Minas Gerais, do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e do orçamento do IEF.

Rede Mata Atlântica

Às 15h, teve início a reunião da Rede de Organizações Não Governamentais da Mata Atlântica (RMA). Até o dia 26, ambientalistas, empresários e representantes do setor público debaterão termas relacionadas à defesa e estudo do bioma, especialmente, a Lei Florestal Mineira, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Atlas da Biodiversidade Mineiros. A Rede RMA reúne cerca de 300 entidades filiadas, distribuídas nos 17 estados que se encontram no domínio do bioma (RS, SC, PR, SP, RJ, MG, GO, MS, ES, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI).

A presidente da Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente, Maria Dalce Ricas, explica que um dos principais objetivos é a elaboração de um documento com propostas e diretrizes para a Política de Proteção da Biodiversidade do Estado. “A definição de áreas prioritárias para a conservação é essencial para a elaboração de políticas públicas e a identificação dessas áreas precisa ser baseada em critérios científicos”, afirma. O encontro foi aberto pelo professor da Universidade Federal de Lavras, José Roberto Scolforo, que apresentou uma palestra sobre o ZEE mineiro, do qual foi um dos coordenadores.

Fonte: Ascom/ Sisema

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