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Governador inaugura em BH a segunda etapa da ETE Onça

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 O governador Aécio Neves inaugurou, nesta quarta-feira (27), a segunda etapa da Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão do Onça (ETE Onça), que irá permitir o tratamento secundário de parte do esgoto gerado em Belo Horizonte e Contagem, contribuindo para melhoria das condições sanitárias, de saúde e qualidade de vida de 4 milhões de pessoas. As obras da segunda etapa tiveram um custo de R$ 70 milhões.

A ETE Onça é a maior estação de tratamento da América Latina em área construída e faz parte de um amplo programa de saneamento do Governo do Estado e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A estatal mineira triplicou o número de estações de tratamento de esgoto em Minas. O volume de esgoto tratado saltou de 22 milhões de metros cúbicos em 2003 para 150 milhões de metros cúbicos em 2009. Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), funcionam 26 estações de tratamento de esgoto.

“Hoje estamos dando um passo absolutamente decisivo para que a Região Metropolitana de Belo Horizonte tenha em algum tempo todo o seu esgoto coletado e tratado. São investimentos extraordinários. A Copasa hoje é a melhor referência no Brasil e é reconhecida fora do Brasil como empresa de saneamento de melhores resultados e, portanto, de ação mais consistente. Ela é hoje exemplo para o Brasil inteiro. Belo Horizonte caminha para ser a primeira capital brasileira a ter 100% de seu esgoto tratado”, afirmou o governador, em entrevista.

Qualidade da água

De acordo com o governador, a conclusão da ETE Onça faz parte dos esforços do Estado para recuperar a qualidade das águas da Bacia do Rio das Velhas, que abastece grande parte da RMBH e é o maior afluente do Rio São Francisco. Aécio Neves afirmou que este desafio foi proposto ao Governo de Minas pela sociedade civil em 2004, através da organização não-governamental Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O governo mineiro aceitou o desafio e em 2007, a Meta 2010 – nome dado ao conjunto de ações implantadas na região da bacia - passou a ser um dos 57 Projetos Estruturadores do Governo de Minas, o que significa prioridade entre os investimentos do Estado. O governo mineiro está investindo R$ 1,3 bilhão no conjunto de 172 obras que visam melhorar a qualidade das águas do Rio das Velhas.

“Avançamos muito. O esgoto tratado na Bacia do Rio das Velhas subiu em torno de 2% para 70%. É algo absolutamente extraordinário. Apenas em Minas, na revitalização do São Francisco – o projeto do Rio das Velhas é um deles, pois é o mais importante afluente do São Francisco – investimos a mesma coisa que o governo federal está anunciando - não investindo - para todo o Brasil, o que mostra uma discrepância muito grande: os recursos anunciados pelo governo federal para a revitalização do São Francisco estão anos luz aquém do necessário”, disse Aécio Neves.

Peixes voltam ao rio

As ações adotadas para diminuir a forte degradação da Bacia do Rio das Velhas já provocam efeitos positivos. A comprovação da volta dos peixes ao Rio das Velhas é o mais visível indicador da melhoria da qualidade da água. O biomonitoramento realizado pelo Projeto Manuelzão constatou que peixes que subiam somente 250 km na bacia em 2000, hoje já são identificados ao longo de 580 km, chegando bem próximos às áreas que antes eram consideradas como as mais degradadas do rio. 

“O que estamos fazendo é cumprir os nossos compromissos e o Rio das Velhas hoje já tem cerca de 600 km de extensão com peixes, com uma variedade enorme de peixes. Quando assumimos o governo, eles estavam em torno de 200 km apenas”, afirmou o governador.

Limpeza

A ETE Onça possui capacidade instalada para tratar 1.800 litros por segundo de vazão média e atende a uma população de 1 milhão de habitantes, com possibilidade de ser ampliada para tratar até 3.600 litros por segundo, atendendo uma população de 1,8 milhão de habitantes. Antes de ser lançada de volta ao ribeirão, a água tratada na ETE Onça passa por várias etapas de limpeza, em um percurso que demora, em média, 13 horas.

“Este processo gera 40 toneladas de resíduos – equivalentes a dez caçambas – por dia. O lixo retirado vai para o aterro sanitário, evitando o assoreamento do Onça e do Rio das Velhas. Durante o percurso de limpeza, a água passa por filtros e decantadores, que permitem maior oxigenação da água que retorna ao rio”, disse o governador.

O Ribeirão do Onça tem uma extensão de 38 km e recebe 28 afluentes. Nasce em Contagem, e desemboca no Rio das Velhas, em Santa Luzia. A ETE está localizada em Belo Horizonte, às margens do Ribeirão, próximo ao bairro Ribeiro de Abreu, região Nordeste da cidade.

Histórico

As obras de construção da primeira etapa da ETE Onça foram concluídas em junho de 2006. Nesta primeira fase, a Copasa investiu R$ 105 milhões. Ocupando 653 mil metros quadrados, sendo 240 mil de edificações, a ETE Onça é a maior estação de tratamento da América Latina em área construída.

Estiveram presentes à inauguração, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e o presidente da Copasa, Ricardo Augusto Simões Campos.

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