Sisema apresenta desafios da gestão para programa de aceleração de startups

Qui, 14 de Janeiro de 2021 10:30

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Foto: Evandro Rodney

Seed Monitoramento Cortada

Um dos desafios do Sisema é aumentar a capacidade de monitoramento da vegetação

 

Quatro processos dos órgãos do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) estão entre os 37 desafios participantes do Seed (Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development, da sigla em inglês), que é uma plataforma do Governo de Minas para fomento ao ambiente mineiro de inovação. Por meio do Seed, a administração pública estadual espera selecionar 54 startups que possuam soluções para os desafios enfrentados pelos diferentes entes do executivo estadual, fomentando a modernização da administração pública por meio da inovação.


Em um primeiro momento, o Seed agrupou os principais desafios enfrentados pelas secretarias de Estado e entidades vinculadas, totalizando 37 processos que buscam melhorias. Dois desses desafios são enfrentados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), um pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e um pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Agora, as inscrições estão abertas para a escolha de 54 startups que tenham em seu portfólio soluções que possam ser aplicadas a cada um dos desafios. As empresas interessadas em participar do programa têm até o dia 12 de fevereiro para se inscreverem.


BOLSA RECICLAGEM E REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL


No caso da Semad, os desafios estão ligados ao rateio dos valores do programa Bolsa Reciclagem, que destina pagamento pela realização de serviços ambientais a catadores de materiais recicláveis. Com base nas informações e documentos encaminhados pelas associações e cooperativas de catadores, a ideia é promover a consolidação das informações em um único sistema, podendo ser acessado e alimentado simultaneamente, disponibilizando em tempo real os valores rateados com base nos critérios de aprovação e reprovação.


Outro desafio da Semad está ligado ao provimento de informações atualizadas sobre a atuação dos municípios na política de regularização ambiental. A intenção da Secretaria é munir os municípios de uma ferramenta que incentive a digitalização das decisões dos processos de regularização ambiental, aumentando a transparência. Outro objetivo ligado a esse desafio é promover a atualização de informações sobre a estrutura e o desempenho da política de regularização ambiental dos municípios, consolidando essas informações no Sistema Municipal de Meio Ambiente de Minas Gerais (Simma).


Para a secretária Marília Melo, integrar as informações produzidas pelo Estado e pelos municípios na regularização ambiental é uma questão com potencial para trazer evolução significativa à gestão ambiental de Minas Gerais. “Nós temos uma política forte de municipalização do licenciamento que traz o desafio de integração da informação em uma única plataforma, porque a gestão ambiental do Estado precisa dessa visão ampla do território independente do ente federado que atue nos atos autorizativos”, afirma.


DESMATAMENTO MONITORADO


Já no âmbito do IEF, o desafio é como automatizar o processo de detecção do desmatamento no Estado e dar publicidade e interatividades aos dados produzidos. Os benefícios esperados são aumentar a capacidade do IEF de identificar áreas desmatadas, diminuir o tempo gasto na análise de imagens de satélite, gerar dados mais confiáveis e otimizar o fluxo dos dados que alimentam as operações de fiscalização ambiental.


VAZÃO DOS MANANCIAIS E MONITORAMENTO DA CHUVA EM TEMPO REAL


Por fim, o Igam espera inovar no registro de informações colhidas em campo, praticamente em tempo real, dos dados das estações operadas pelo Instituto, fornecendo as leituras de cotas dos rios e quantidade de chuvas para alerta de cheias e monitoramento constante. Os objetivos do Instituto são ampliar o acesso e manter as informações acessíveis em tempo real, além de ajudar a minimizar perdas em cidades, comunidades e empresas próximas de rios que sofrem com os prejuízos trazidos pelas cheias. Outro benefício é melhorar a tomada de decisão do órgão para os eventos adversos da seca extrema e do excesso de chuvas.


A secretária Marília Melo acrescenta que modernizar o monitoramento ambiental é um dos principais objetivos do Sisema e a expectativa é que o Seed permita um avanço nesse aspecto. “Ter um monitoramento sistemático e de uma forma mais moderna, que dê resultados de uma maneira mais rápida para tomada de decisão, é muito importante para a gestão pública”, completa.

 

Foto: Igam/Divulgação

Seed Monitoramento Igam

Outro desafio do Sisema é otimizar o monitoramento dos rios e das chuvas, para subsidiar tomadas de decisão mais rápidas


DETALHES DO SEED


De acordo com o superintendente de Inovação Tecnológica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Pedro Emboava Vaz, serão selecionadas 54 startups para atuarem diretamente com os desafios públicos, mas o Seed ainda prevê a seleção de outras seis empresas de qualquer área para fomentar o setor de ciência, tecnologia e inovação em geral. Em um primeiro momento, previsto para o mês de maio, será iniciado o processo de aceleração dessas empresas, com acompanhamento personalizado com cada uma delas para apoiá-las no desenvolvimento tecnológico, de negócio e dos empreendedores.


“Em paralelo as startups vão começar os contatos com o setor público, trabalhando de maneira próxima para adequar a solução que elas possuem ao desafio enfrentado pelo órgão público. Esse momento vai durar seis meses e ao final desse período a startup ainda fica mais seis meses testando o seu serviço junto ao órgão correspondente ao desafio”, diz o superintendente da Sede.

Ainda segundo o superintendente, o Sisema poderá se beneficiar do Seed ao aproveitar e compreender novas formas tecnológicas e inovadoras de executar processos internos que aumentem a eficiência das instituições e as apoiem em seu processo de inovação. “Consequentemente, criando condições para que o cidadão possa receber um serviço com mais qualidade e eficiência”, completa.


Guilherme Paranaiba
Ascom/Sisema