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Recuperação do Rio Doce é debatida no Fórum Mundial da Água

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As ações para recuperação dos danos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, após os impactos provocados pelos rejeitos que vazaram da Barragem de Fundão, em Mariana, entraram em pauta no 8º Fórum Mundial da Água. Por causa do desastre, ocorrido em 2015, os governos de Minas e do Espírito Santo, que tiveram a bacia impactada em seus territórios, deram início a uma série de iniciativas para conter e reparar os prejuízos ambientais.

No dia seguinte ao evento, o Governo de Minas Gerais colocou em prática um plano de monitoramento emergencial da qualidade das águas e dos sedimentos dos principais corpos de água afetados pelo desastre. Esta ação foi um dos temas abordados, na quinta-feira, 22, no painel “Desafios e oportunidades para a revitalização da Bacia do Rio Doce”, durante o Fórum.

Participaram do painel a superintendente de Gestão Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e membro suplente do Estado Minas Gerais no Comitê Interfederativo (CIF), Zuleika Torquetti, o presidente do CIF, Marcelo Belisário e a representante do Comitê de Bacia do Rio Doce, Luciane Teixeira Martins. Também estiveram presentes, a membro do Conselho Consultivo da Fundação Renova Maria Auxiliadora Souza, o consultor  Técnico da Fundação Renova, José Carlos Carvalho, e o presidente da Fundação Renova, Roberto Waak.

Segundo Zuleika, o plano elaborado pelo Instituto Mineiro de Gestão da Água (Igam) para monitorar a qualidade das águas do Rio Doce possibilitou saber a real situação do impacto provocado pelo rompimento da barragem nas águas do rio. “Era preciso saber a extensão do dano. Além disso, precisávamos também dar uma resposta para a população, que estava ansiosa para saber o que tinha realmente ocorrido, principalmente, para os moradores dos municípios que captavam a água para consumo humano diretamente do Rio Doce”, frisou.

 

Foto: Janice Drumond

FórumMundial QuartoDia10

Legenda: As ações desenvolvidas para recuperação do Rio Doce após a tragédia de Mariana foram debatidas durante o Fórum Mundial da Água em Brasília.

A superintendente acrescentou que o Igam já tinha uma rede de monitoramento instalada em vários pontos do Estado, inclusive no próprio Rio Doce, mas que, devido ao rompimento da barragem, era preciso aprimorar esse acompanhamento. “Para que pudéssemos dar uma resposta precisa à sociedade era necessário fazermos um monitoramento intensivo. Em função disso, o Igam iniciou a coleta de amostras de água em 14 estações de monitoramento, localizadas nos rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. Esses dados passaram a ser divulgados mensalmente”, ressaltou.

Zuleika destacou, ainda, a preocupação do Comitê Interfederativo (CIF) com a qualidade da água no Rio Doce. “Dentro da Câmara Técnica de Segurança Hídrica e Qualidade da Água (CT-SHQA) do CIF também foi estabelecido o plano de monitoramento quantitativo de água e sedimento, justamente para que pudéssemos observar a evolução desse processo de recuperação”, pontuou.

De acordo com a superintendente, o trabalho de recuperação das áreas atingidas pelo rompimento da barragem é lento, mas está avançando. “Temos certeza que o tempo ainda não foi suficiente para tirarmos nenhuma conclusão sobre a recuperação do Rio Doce. Isso seria muito precipitado. Mas já observamos uma redução significativa dos valores medidos de quase todos os parâmetros de qualidade da água”, afirmou.

O intenso trabalho de acompanhamento das ações que estão sendo realizadas para recuperar os ecossistemas atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão foi mencionado por Zuleika. “Um dos grandes desafios que os integrantes do CIF enfrentam é a administração que toda essa discussão envolve, são centenas de pessoas envolvidas e milhares de documentos para serem analisados. Mas aos poucos vamos aprendendo com todo esse processo, que não tem uma solução pronta, ela está sendo construída”, destacou.

A superintendente informou que, atualmente, está sendo discutido junto às câmaras técnicas do CIF, indicadores de acompanhamento de efetividade dos 42 programas estabelecidos no Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC). O acordo assinado entre Samarco – com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Billiton – o Governo Federal, os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. “Isso é uma tarefa muito complexa, porque é difícil estabelecer indicadores palpáveis para acompanhar tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, mas estamos trabalhando para resolver isso”, completou.

Zuleika finalizou sua apresentação destacando a importância da água em todo o processo de recuperação dos ecossistemas atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão. “Acredito que, a partir deste ano, vamos ter que integrar muito o trabalho das câmaras técnicas, uma vez não é possível falar de manejo de rejeitos sem falar de restauração florestal, de recuperação de nascentes e sem o apoio dos proprietários rurais”, afirmo.

Ainda segundo ela, todos os indicadores dos programas de recuperação da biodiversidade do Rio Doce vão se se refletir, justamente, nos indicadores de qualidade da água. “São eles que vão possibilitar a recuperação dos cursos d’água, possibilitando obter mais volume de água, restaurar florestas e fazer um uso mais sustentável da terra”, concluiu.

 

CIF


O Comitê Interfederativo foi criado em resposta ao desastre provocado pelo rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco. Sua função é orientar e validar os atos da Fundação Renova, instituída pela Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, para gerir e executar as medidas de recuperação dos danos resultantes da tragédia.

O Comitê é presidido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e é composto por membros do Ministério do Meio Ambiente (MMA) do Governo Federal; dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e dos municípios desses dois estados afetados pelo rompimento da barragem. Também fazem parte representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Doce (CBH-Doce).

Janice Drumond
Ascom/Sisema

 

 

 

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