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Parceria entre IEF e Cemig garante preservação de Muriquis

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No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro – unidade de conservação de 14.984 hectares localizada no coração da Zona da Mata mineira, cercado pela Mata Atlântica e repleto de montanhas, vales, chapadas, encostas além de diversos cursos d'água – vivem 300 dos 1.500 macacos da espécie que ainda restam no planeta. 

muriquis

A fim de minimizar os riscos de choques na rede elétrica, que podem ocasionar a morte desses e de outros animais, a Cemig efetuou, neste mês de agosto, a troca de parte da rede de distribuição rural monofásica com cabo nu para rede protegida. Na prática, isso significa que, se algum animal tocar acidentalmente a rede, como é comum ocorrer com os macacos, ele não receberá descarga elétrica. A rede protegida não evita que o choque ocorra, caso o animal permaneça sobre o cabo por muito tempo, mas, como os muriquis costumam escolher trilhas para seu deslocamento, o risco de acidentes é muito menor. 

A Cemig é responsável pelo fornecimento de energia elétrica em uma parte do parque, que abriga 20% dos muriquis ainda existentes no mundo. As alterações foram realizadas em três trechos distintos, na área central da unidade de conservação. O trabalho foi desenvolvido ao longo de um mês. Foram trocados 1.350 metros de rede convencional por cabos protegidos, com a instalação de seis postes intercalados. Também foram retirados 513 metros de cabos nus da mata e instalados 616 metros de rede protegida ao longo da estrada, o que também contribui para a redução do risco de contato dos animais com o cabeamento de energia. 

É o que afirma o engenheiro de distribuição de energia da Área de Planejamento e Acompanhamento da Operação e Manutenção da Distribuição da Cemig, Madsson Lúcio Oliveira, responsável pela implantação do projeto na unidade de conservação. Segundo ele, a companhia foi procurada pela administração do Parque Serra do Brigadeiro para estudar ações que pudessem reduzir os riscos de choques elétricos nos animais, sobretudo nos muriquis, devido à raridade da espécie. 

“Descobrimos que já havia um projeto feito por um técnico de Ipatinga e decidimos colocá-lo em prática”, diz Oliveira. A Cemig investiu R$ 80 mil na troca do cabeamento no local. Projetos semelhantes a este devem ser implantados em outras áreas até o final do ano. De acordo com o engenheiro, representantes da Reserva Natural de Preservação Permanente Miguel Abdala, localizada na cidade de Caratinga, procuraram a companhia para efetuar o mesmo tipo de serviço no local, que também abriga um grupo de macacos da espécie muriquis. Na reserva, o cabeamento protegido vai substituir três quilômetros de rede de distribuição rural monofásica com cabo nu, totalizando investimentos de R$ 140 mil por parte da Cemig. 

Novas parcerias 

O gerente do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, José Roberto Mendes de Oliveira, afirma que o Instituto Estadual de Florestas (IEF), responsável pela administração da unidade de conservação, tem desenvolvido uma série de ações para garantir a preservação da fauna e flora locais. Segundo ele, uma das metas atuais é buscar parcerias para a realização de pesquisas que apontem outras formas de geração de energia que possam ser implantadas no parque a fim de aumentar ainda mais a segurança dos animais que vivem na área. De acordo com Oliveira, um dado que demonstra a importância da unidade de conservação em termos de diversidade da fauna é que já foram catalogados mais de 15 mamíferos terrestres de médio e grande porte no parque. O número não inclui os animais que vivem nas árvores. 

No parque, vivem espécies como a suçuarana ou puma, a jaguatirica, a caititu, o veado mateiro, o cachorro-do-mato, o tamanduá-de-colete, o caxinguelê, a preguiça-de-três-dedos, o macaco-prego, o sagui-da-serra. O local também é refúgio de animais que, assim como o muriqui, estão ameaçados de extinção, tais como o sauá, a onça-pintada, a jaguatirica e o sapo-boi. Diversos tipos de aves ainda podem ser observados na área de preservação, como o pavó, o papagaio-do-peito-roxo, o gavião-pomba, o tucano-do-peito-amarelo, o trinca-ferro e a araponga. 

O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro 

Criado em 27 de setembro de 1996, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está localizado a cerca de 290 quilômetros de Belo Horizonte e foi aberto à visitação em março de 2005. A unidade de conservação fica no extremo norte da Serra da Mantiqueira, ocupando terrenos nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. 

O local possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul. Nele, estão localizados vários picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens da região. 

Considerado um oásis botânico, o parque constitui um ecossistema rico em espécies vegetais como bromélia, peroba, ipê, orquídea, cajarana, jequitibá, óleo-vermelho e palmito doce. A neblina propicia as condições para a formação de um ecossistema rico em orquídeas, samambaias, liquens, bromélias, variedades de gramíneas, arbustos e cactus, dentre outras espécies. Fazem parte da infraestrutura da unidade de conservação centros de pesquisa, posto da polícia ambiental, laboratórios, alojamentos para pesquisadores, Centro de Visitantes e de Administração, além de residências para os funcionários.  

Fonte: Agência Minas

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